Veja como fazer o transporte de vidros de forma segura e os principais cuidados

O transporte do vidro é uma etapa crucial em todo o processo, desde a fabricação até a sua instalação final. Se você é um vidraceiro ou serralheiro experiente, certamente sabe que lidar com o transporte de vidros requer muito cuidado e uma atenção especial.

Por isso, neste conteúdo, exploraremos tudo o que você precisa saber para garantir um transporte seguro e eficiente dos vidros, minimizando riscos de danos e prejuízos. Discutiremos técnicas, equipamentos e precauções essenciais que ajudarão você a entregar produtos intactos aos seus clientes.

No final deste texto, você ainda encontra uma lista com os 10 carros mais usados pelas vidraçarias no Brasil.

Prepare-se para uma leitura informativa e repleta de dicas valiosas. Vamos iniciar essa jornada rumo a um transporte de vidros seguro e bem-sucedido!

As grandes chapas de vidros que chegam das fábricas para distribuidores e transformadores são chamadas de vidros jumbos. Estas exigem transporte, manipulação e armazenagem diferenciados, dentro e fora da fábrica.

No Brasil, as Normas Regulamentadoras, também conhecidas como NRs, regulamentam e fornecem orientações sobre procedimentos obrigatórios relacionados à segurança e saúde do trabalhador.

Essas normas são citadas no Capítulo V, Título II, da Consolidação das Leis do Trabalho. Tais NRs exigem que toda essa movimentação é feita com equipamentos específicos, fabricados exatamente para essa finalidade. 

Isto evita qualquer ação manual nas peças, preservando a segurança dos trabalhadores.

Raramente as peças jumbo são comercializadas diretamente para os usuários. Geralmente elas são cortadas e transportadas em peças pequenas ou transformadas, já como vidro insulado, laminado ou outros. 

Entretanto, existem projetos em que tais chapas são exigidas e seu manuseio deve seguir as normas de segurança, que incluem também treinamento especializado para a equipe.

Vidraçarias que não estão habituadas a trabalhar com chapas jumbo têm a opção de contratar empresas especializadas nesse tipo de transporte.

Essa opção é a mais segura, visto que o manuseio de tais chapas exigem esses equipamentos especiais, cujo investimento não compensaria para quem faz esse tipo de instalação apenas esporadicamente.

No caso de peças menores, a transformação do vidro, que acontece logo após o corte em peças menores, geralmente torna esse material mais seguro e, consequentemente mais fácil de ser transportado.

No pré-processamento o vidro passa por uma lavadora e, em seguida, tem suas bordas lapidadas, ou seja, não cortantes.

O vidro lapidado pode ser então furado e transformado em vidro temperado ou serigrafado, com passagem por um forno de têmpera, ou ainda no vidro laminado, ao ser unido a outra placa intercalado por Polivinil Butiral, seguido de passagem por calandra e autoclave.

Porém, existem vidraçarias e serralherias que trabalham também com vidros comuns (float comum), em reposições ou emolduramentos em esquadrias.

Estes possuem as bordas cortantes e exigem manuseio com luvas e mangotes e, no caso de chapas maiores, com utilização de ventosas.

O não cumprimento dessas regras, impostas pelo Ministério do Trabalho através das NRs, citadas anteriormente, pode acarretar em multa e, no caso de acidente com vítima, em processos judiciais contra o empregador.

O transporte seguro de vidros comuns ou beneficiados da distribuidora ou transformadora até a vidraçaria deve sempre ser feita por veículo especial, dotado de cavaletes fixados à estrutura metálica do veículo.

Nesses cavaletes o vidro é estocado na posição vertical, apoiado em borracha ou outro material macio resistente, com inclinação de 4 a 6 graus.

Os vidros são geralmente transportados nos cavaletes com as peças maiores posicionadas primeiro, seguida das peças menores.

Todas elas devem ser separadas por espaçadores, que servem para evitar atrito entre os vidros. Geralmente são feitos de isopor, borracha ou até mesmo papelão.

Toda a carga de vidros deve ser presa por cintas têxteis, conforme resolução número 552 do Conselho Nacional de Trânsito (Contran), de 17 de setembro de 2015.

Embora muitos profissionais do vidro utilizem cordas para amarrar as cargas, seu uso é proibido por essa resolução. Tais cintas precisam apresentar resistência total à tração à ruptura de, no mínimo, duas vezes o peso da carga. 

É importante destacar que essa mesma resolução impede que as cintas têxteis sejam presas a madeiras da carroceria ou a ganchos metálicos presos a essa madeira. Devem estar fixados na parte metálica da carroceria ou no próprio chassi.

No caso de utilização de picapes ou caminhonetes, a resolução número 552 também determina que a altura da carga não ultrapasse o limite de 500 mm acima do topo da cabine, com medição feita do centro da cabine até o topo da carga. 

Se o veículo for pego em uma fiscalização por agentes de trânsito o veículo será barrado e multado, só podendo ser retirado após transferência da carga de vidros para um veículo apropriado, sejam eles vidros laminados, temperados ou outros.

Muitas vidraçarias optam por retirar o vidro no distribuidor ou transformador e já se dirigir ao cliente. Porém, em alguns casos o vidro é retirado e estocado na vidraçaria.

Nesses casos esses vidros devem ser estocados em cavaletes adequados que apoiam as chapas na posição vertical a 4 ou 6 graus de inclinação.

O manuseio do vidro nas vidraçarias deve ser feito seguindo-se a todos os protocolos de segurança, com utilização dos EPIs adequados, bem como outras ferramentas para vidraceiros.

Os cuidados no transporte do vidro somente devem cessar quando o vidro for inteiramente instalado. Nas obras é preciso tomar cuidado no transporte de vidros, especialmente em seu deslocamento por escadas e locais estreitos.

A movimentação deve ser feita por profissionais equipados com EPIs e ventosas de transporte.

Ao estocar o vidro na obra ele deve ser posicionado na vertical, apoiado em base macia. O transporte seguro do vidro no local de instalação deve ser feito por vidraceiros equipados com EPIs e com utilização de ventosas de transporte.

No caso de instalação de vidros comuns em obras a utilização de luvas e mangotes é essencial. 

As vidraçarias brasileiras dependem de picapes para um transporte de vidros seguro. Por isso, é importante escolher o carro de vidraçaria correto para essa tarefa.

É importante ressaltar que, para utilização em ambientes de trabalho, o ideal é que seja utilizado um veículo seminovo. Os veículos retirados da loja – zero km – geralmente desvalorizam até 10% no primeiro ano. Além disso, é possível economizar muito dinheiro com a compra de uma picape usada.

Mas como escolher o automóvel certo? Abaixo, listamos as 10 picapes mais usadas por vidraçarias no Brasil. Os veículos mais usados foram relacionados em uma pesquisa feita pela revista Tecnologia & Vidro em 2023.

• Kia Bongo
• Hyundai HR
• Chevrolet S10
• Ford Ranger
• Volkswagen Saveiro
• Chevrolet Montana
• Ford Courier
• Lifan Foison
• Effa Towner
• Fiat Strada