Pisos de vidro: solução arrojada e segura para diferentes projetos

Com grande capacidade de carga, pisos são feitos com duas – ou mais – placas de vidro laminado ou laminado temperado além de uma camada intermediária estrutural

Parecem frágeis, mas não são. Dão um pouco de medo, mas são muito seguros. Estamos falando dos pisos de vidro, uma alternativa super arrojada para projetos que buscam inovar e surpreender. O uso dessa solução está tão em alta que pode ser vista até mesmo em residências – inclusive em degraus de escadas.

O elemento se destaca por ser resistente e ter grande capacidade de carga. Mais do que isso, promove a integração entre ambientes, proporciona o melhor aproveitamento da luz e permite o contato visual entre dois andares. A aplicação do material, porém, está condicionada à escolha do vidro certo e a outras questões de projeto.

Sobre a composição

Os pisos são formados por duas – ou mais – placas de vidro laminado ou laminado temperado. Há, também, uma camada intermediária estrutural de PVB (Pulivinil Butiral) que proporciona adesão entre os vidros e, principalmente, mantém os fragmentos grudados em caso de quebra, evitando assim o desmoronamento da superfície.

Essa composição garante ao vidro bom desempenho contra os impactos, pois não estilhaça em caso de quebra (os fragmentos ficam presos ao interlayer).

Se a aplicação for nas escadas em balanço, o projeto pode considerar o uso de ferragens para ancoragem. Em pontes, geralmente a composição é mais trabalhada, seja com mais vidros ou outros materiais.

Para evitar escorregões, principalmente em locais abertos e expostos a chuvas, os especialistas indicam que a face externa do vidro seja impressa ou tenha um revestimento antiderrapante.

A utilização de calços de borracha na lateral e no fundo de apoio também é providencial, pois evita o contato direto entre as placas e os materiais rígidos. Esse acessório geralmente precisa ter uma espessura maior do que a do vidro utilizado na estrutura.

Dimensionamento do vidro

Outro ponto importante sobre essa solução é o dimensionamento. Carga máxima, quantidade de apoios, temperatura na qual o piso será submetido, tamanho e apoio dos degraus (em caso de escadas), acessos de emergência e avarias causada por uma queda de objeto pesado são considerados na hora de determinar a espessura do vidro.

Por dentro da ABNT

O Brasil não possui norma técnica que oriente a aplicação do material. Mesmo assim, os profissionais devem seguir algumas recomendações básicas, como as da NBR 7199 – Projeto, execução e aplicações de vidro na construção civil –; NBR 6123 – Forças devidas ao vento em edificações – Procedimento; NBR 7210 – Vidros na construção civil – Terminologia.

Outros cuidados

Independentemente do projeto, os pisos de vidro devem passar por uma inspeção periódica que analisa as vedações, as interligações do sistema e o estado geral da estrutura. Essas verificações garantem a circulação segura do usuário. Já no que diz respeito à limpeza, o procedimento não deve utilizar produtos químicos.

Estética

Para o impacto visual ser ainda mais marcante, alguns projetos adotam vidros coloridos. Em outros casos, a aposta é por modelos trabalhados com serigrafia. Os efeitos visuais podem trazer mais segurança ao usuário desconfiado por caminhar sobre um “vazio”.

O vidro impresso combinado ao laminado também é uma boa pedida, afinal esse modelo tem uma textura antiderrapante e propriedades que deixam menos expostos os riscos e arranhões que inevitavelmente surgem com o passar do tempo. Mas o mais comum é explorar as peças transparentes.

Locais de utilização

• Shopping centers
• Prédios corporativos (mezaninos, por exemplo)
• Lojas
• Pontes
• Residências (escadas)